Fernanda Valadares

A pesquisa de Fernanda Valadares se desenvolve em torno da experimentação pictórica com a encáustica, técnica milenar e de alta complexidade, por meio da qual a artista cria espaços simultaneamente familiares e anônimos. Da confusão entre paredes e fundos sem fim, seus trabalhos reservam uma espécie de desentendimento entre o que é visualmente fruto da memória ou da imaginação. Ao mesmo tempo em que os ambientes edificados pela artista guardam proximidade com o espaço moderno, repleto de definições geométricas e inorgânicas, eles parecem também apontar a uma presença psicológica. Feito um olhar voyeurístico, o espectador é colocado em uma posição de quem observa sem ser visto. Ascéticos, os interiores parecem aludir a ruínas ou sonhos. Sem presença humana, as telas são um descompasso entre o pessoal e a impessoalidade, o real e o fictício, a memória e a imaginação. Formada pela Faculdade Santa Marcelina (SP), é mestre em Poéticas Visuais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Teve trabalhos selecionados para o I Concurso Itamaraty de Arte Contemporânea, 64º Salão de Abril/CE e 42º Salão de Arte Contemporânea Luiz Sacilotto. Participou de várias exposições coletivas e realizou individuais em instituições como o Museu de Arte Extemporânea (2012), através do XIII Concurso de Artes Plásticas Goethe Institut Porto Alegre; No Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (2014); e na Aura Galeria (2015). Possui trabalhos em coleções públicas, como as do Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS) e do Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (MACRS).