Sergio F. Rolim

Abraço

Nesta obra, a temporalidade se dissolve em camadas sobrepostas que recusam a linearidade lógica. Os contornos ambíguos das figuras evocam uma convivência entre passado e presente, sonho e memória, como se o tempo ali estivesse em suspensão. O afeto do gesto se revela na organicidade das formas e na delicadeza com que os traços se conectam, como se o ato de pintar fosse também o ato de tocar, de acariciar as superfícies do ser. A fusão das figuras centrais sugere intimidade, fusão de identidades, um encontro que ultrapassa a forma física para atingir o campo emocional. O grafismo liberto rompe com qualquer rigidez formal e transita entre o figurativo e o simbólico com liberdade expressiva.