Natural de São Paulo, Cris aprendeu a pintar em Paraty, um cenário exótico que inspirou seus primeiros trabalhos — a natureza da região e o mistério da pequena cidade contribuíram para a produção das primeiras telas. Desde então, sua pintura evoluiu graças a novas técnicas e principalmente às orientações recebidas pelos seus mestres de hoje e do passado. A artista expressa muita gratidão por todos esses mestres. Utiliza tinta a óleo ou acrílica nas suas obras e, às vezes, as duas juntas na mesma obra. Gosta mesmo da tinta a óleo. O cheiro do óleo e da terebintina não a incomodam. Muito pelo contrário.... O cheiro da terebintina a remete à sua infância, onde o produto era frequentemente usado na casa para limpar armários. Segundo a artista, os primeiros traços do pincel sobre a tela são sempre os melhores. Se tentar copiar ou refazer mais tarde, eles não saem com o mesmo vigor das primeiras pinceladas. Elas são decisivas. Visitas a museus, leituras sobre história da arte e biografias de pintores a levaram à história, à filosofia e à psicologia. A pintura é um prazer e um desafio constante. É sempre uma busca por soluções nas cores, nos motivos e nas formas. Quando as imagens do inconsciente aparecem como fonte de inspiração, é sempre bom captá-las espontaneamente, pois são de conteúdo pessoal. Para ela, a pintura é uma atividade onde o tempo perde seu controle, uma vez que os momentos de criação parecem eternos. Perder a noção do tempo é um triunfo sobre o automatismo da vida moderna. Nas palavras de duas artistas mulheres que Cris admira: “Para ser um artista, você precisa existir em um mundo de silêncio” (Louise Bourgeois) e “A arte é uma viagem sem volta“ (Tomie Ohtake).