A artista Silvia Mecozzi acredita que o papel da arte seja buscar uma conexão do ser com sua expressão, na tentativa de ampliar a dimensão da vivência humana. "Sigo com a convicção que objeto de arte carregue em si um certo mistério, que permite que o observador acesse certos lugares dentro de si que estão latentes ou adormecidos pela vida cotidiana. O fazer artístico é um diário de bordo, um mapa da minha viagem por aqui. Desde as anotações de fragmentos de textos, ideias, desenhos, fotos, conversas registradas por escrito, até o enfrentamento com a material, parte do que vivi e senti estar impregnado ali. Comecei olhando pra minha história pessoal, passei a olhar pra fora, pro meu entorno, pra estética do meu tempo...entrei no corpo do trabalho, no material, no meu próprio corpo, na experiência contundente de estar viva. Hoje, depois de 30 anos de trabalho, compreendo que esse monte de objetos que pus no mundo traçam um caminho na tentativa de construir, no corpo de trabalho, minha identidade, um testemunho da travessia no território do sentir". Vive e trabalha em São Paulo. Filha e neta de pintores, Silvia se formou na FAAP e ampliou sua formação trabalhando em ateliers de artistas no Brasil e na França. Em sua primeira individual, organizada na Pinacoteca do Estado de São Paulo em 1994, recebeu o prêmio Revelação de Pintura da APCA. Desde 2000, destacam-se as individuais mera esfera espera espinho, apresentada no Museu de Arte Moderna da Bahia, no Museu de Arte do Rio Grande do Sul e no Espaço Cultural dos Correios (Rio de Janeiro), em 2003, e na Galeria Raquel Arnaud, em 2004.