A realidade na obra de Vicky Dolabella é transfigurada através de um livre processo da composição em que a fantasia exerce um papel determinante. Existe, portanto, um afastamento entre a natureza e a criação final, e é exatamente essa fratura que qualifica a temática da pintora. A artista exalta as formas dos felinos que habitualmente desenha, dando-lhes movimentos suaves, lânguidos e sensuais. Como ela própria costuma dizer, seus gatos mudam de forma e se transformam, porque isso está relacionado com suas mudanças interiores. Essa paixão, entretanto, se revela mais como uma fixação, ligada sobretudo ao espírito de liberdade e independência que ambos almejam. Em suas obras, tanto a matéria quanto o cromatismo transmitem a impressão de movimento e ambientação em que o gato é rei. Vicky já participou, desde 1996, de mostras individuas e coletivas no Brasil, Estados Unidos, Alemanha, Espanha e Itália.