SUNSET RJ2
Pintura
Esta obra integra as exposições
Mundo Memória Movimento
XXXVI Mostra de Arte ‑ Alegria
Série Beira Mar, 2015-2022
Em 2006 iniciou-se a pesquisa sobre as pedras portuguesas (calcário e balsato) que formam os desenhos paisagísticos nas calçadas cariocas, transferidas para as obras da Série Beira Mar.
O emprego dessa técnica de pavimentação paisagística deu-se pela primeira vez em 1842 na cidade de Lisboa, inspirados por vestígios deixados pelo Império Romano. No Largo do Rossio, uma esplanada com 8.712 metros quadrados, nasceu o desenho da sequência de ondas chamado Mar Largo criado pelo engenheiro Pinheiro Furtado. Como em Portugal, a pavimentação no Rio de Janeiro com o uso dessas pedras deu-se por uma necessidade higienista para conter as epidemias de febre amarela, tifo, varíola e peste bulbônica. Aos olhos do então diretor de Saúde Pública, o sanitarista Oswaldo Cruz, os pisos seriam ideais ao escoamento das águas por sua permeabilidade. Também simbolizavam um desejo de um Rio de Janeiro menos colonial, mais cosmopolita e burguês, como Paris e Buenos Aires. A pavimentação no Brasil começou em Manaus em 1905, em seguida no Rio de Janeiro em 1906 na atual administração de Pereira Passos, que importou mão de obra especializada de 32 mestres calceteiros de Lisboa. No Rio arquitetos como Cláudio Toulouis, Orlando Magdalena e Burle Marx foram os principais contratados desse projeto paisagístico e de saúde pública, sendo de Burle Marx a sútil intervenção nas ondas do Mar Largo, alterando-lhe dimensões na Praia de Copacabana. Esse tombado desde 1991 como conjunto urbano-paisagístico pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural do Rio de Janeiro-INEPAC.
A minha fonte de pesquisa para essa série intitulada Beira Mar é o livro O RIO QUE EU PISO de Iolanda Teixeira e fotos de Bruno Veiga. A imagem inspiração, fundamental para a construção dessa série origina-se da minha infância mineira, em visita a parentes no Rio, quando essas ondas sinuosas, essa arte na paisagem do lindo mar de Copacabana, se mostra a mim do alto de um prédio na Av.Atlântica, nostalgicamente essa imagem é revisitada já em uma morada em 2006.
Essa série que imprime nas obras essas imagens, esses códigos de endereçamentos postais, esses ornamentos, as vezes sutilmente, as vezes explícitos transita por ruas, praças, bairros da Zona Sul e Norte, são obras itinerantes.
Na obra SunsetRJ de 2015 há um acréscimo referencial, a vista do Morro Dois Irmãos da Praia de Ipanema. Nessa obra reestruturo e condenso endereços em suas paisagens urbanas. Essa obra tem a dimensão original de 82×1024 (oitenta e dois por dez metros e vinte e quatro cm/s de comprimento). Esse trabalho sofreu alterações em suas dimensões e visualidades ao longo dos anos e o considero finalizado em 2023, se tornando 3 obras:
A primeira mantém o título original SunsetRJ com 82×256 e encontra-se em Portugal adquirido por um cliente investidor.
A segunda SunsetRJ2 com 246×128 e(ou) 128×246, podendo ser instalada na vertical ou horizontal.
A terceira SunsetRJ3 com as mesmas medidas da anterior.
Aqui a obra em questão SunsetRJ2 é composta por 6 módulos de 82×64 que se acoplam por parafusos formando esse painel retangular e faz parte da série Beira Mar em pleno desenvolvimento.
VERTICAL OU HORIZONTAL
Dimensões | 246 x 126 cm |
Técnica | Mista |
Preço | R$26.800,00 |